“De entre os outros seres viventes, cuja natureza é inferior ao homem, nenhum participa de tal designação: um cavalo não é feliz, um pássaro e um peixe também não, nem qualquer outro ser cujo nome não implique participar, na sua natureza, de alguma divindade; contudo, devido a um outro modo de participação em coisas boas, uns levam uma vida melhor e outros uma pior.” — Aristóteles, “Ética a Eudemo”, 1217 – 30
No ser humano, segundo Aristóteles, o que pode mudar é a natureza da divindade em cuja natureza aquele participa, e é o tipo de divindade — em cuja natureza o Homem participa — que determina uma vida melhor ou uma vida pior.
Quando o dinheiro, por exemplo, é elevado à categoria de divindade, ou o prazer é divinizado em função do dinheiro, entramos em uma ética utilitarista. Mas a divinização do dinheiro e do prazer não garante uma vida melhor. Por outro lado, o ser humano é o único que pode ser feliz porque pode escolher a divindade em cuja natureza ele participa.